Azeites: extravirgens só no rótulo

A PROTESTE Associação dos Consumidores  testou 19 marcas de azeites extravirgens e constatou que, 7 são virgens e 4 têm indícios de fraude contra o consumidor, já que pelos padrões da lei, não podem ser considerados azeites. 

Se você costuma optar pelos azeites extravirgens por acreditar que eles sejam mais puros, saborosos e saudáveis, é melhor tomar cuidado, pois você pode estar sendo enganado.

Das marcas de azeites testadas, boa parte dos que se dizem "extravirgens", na verdade, não passa de "virgens" e alguns são até "lampantes".

A PROTESTE já realizou quatro testes com esse produto, e, este último realizado em Dezembro de 2013,  foi o que teve pior resultado, com o maior número de fraudes contra o consumidor.

Foi verificado se havia produtos adulterados, ou seja, comercializados fora das especificações estabelecidas por lei. E, também que preço e renome nem sempre são sinônimos de maior qualidade. O melhor do teste foi, de fato, o que custa mais caro entre os testados. Porém, a avaliação mostra que há outros produtos de boa qualidade que custam bem menos.

A análise sensorial foi feita em laboratório reconhecido pelo Conselho Oleico Internacional (COI). Eles avaliaram a qualidade das amostras quanto ao aroma, à textura e ao sabor de acordo com parâmetros técnicos. Segundo a legislação, em azeites extravirgens não podem ser encontrados defeitos na análise sensorial.

Foram analisados diversos parâmetros físico-químicos para detectar possíveis fraudes: 

-Presença de óleos refinados; 
-Adição de óleos obtidos por extração com solventes; 
-Adição e identificação de outros óleos e gorduras; 
-Adição de outras gorduras vegetais;


Na análise sensorial, apenas oito marcas tinham qualidade de azeite extravirgem de acordo com os especialistas. Entre as outras, sete alcançaram defeitos que, pela legislação, as caracterizavam como azeites virgens. São elas: 

-Borges
-Carbonell
-Beirão
-Gallo
-La Espanhola
-Pramesa
-Serrata

As quatro marcas com problemas de fraude foram também consideradas, pela análise sensorial, como azeites lampantes. São elas: 

-Tradição
-Quinta da Aldeia
-Figueira da Foz 
-Vila Real

Apenas 8 PASSARAM no testes e  apresentaram qualidade de extravirgem de fato.

-Olivas do Sul, 
-Carrefour, 
-Cardeal, 
-Cocinero, 
-Andorinha, 
-La Violetera, 
-Vila Flor, 
-Qualitá

As propriedades antioxidantes do azeite de oliva são o principal atrativo do produto, devido ao efeito benéfico à saúde. Mas para que o azeite mantenha suas características, é importante que ele não seja misturado a outras substâncias. Os quatro produtos declassificados pela entidade são, na verdade, uma mistura de óleos refinados, com adição de outros óleos e gorduras. Em diversos parâmetros de análise, essas marcas apresentaram valores que não estão de acordo com a legislação vigente. Os testes realizados indicaram que os produtos não só apresentam falta de qualidade, como também apontaram a adição de óleos de sementes de oleaginosas, o que caracteriza a fraude.

Outros sete não chegam a cometer fraude como esses, mas também não podem ser vendidos como extravirgens. A entidade ressalta que o consumidor paga mais caro, acreditando estar comprando o melhor tipo de azeite e leva para casa um produto de qualidade inferior.

É considerado fraude o produto vendido fora das especificações estabelecidas por lei. Para as análises, foram considerados parâmetros físico-químicos para detectar possíveis adulterações: espectrofotometria (presença de óleos refinados); quantidade de ceras, estigmastadieno, eritrodiol e uvaol (adição de óleos obtidos por extração com solventes); composição em ácidos graxos e esteróis (adição e identificação de outros óleos e gorduras); isômeros transoleicos, translinoleicos, translinolênicos e ECN42 (adição de outras gorduras vegetais).



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