O estudo alemão sobre máscaras em crianças citado por Bolsonaro

Nesta quinta-feira, 25/02/21, o Brasil bateu o triste recorde de mortes decorrentes do Covid-19,  1.541 segundo o Conass, Conselho Nacional de Secretários de Saúde e 1582 de acordo com o consórcio de imprensa.

Na contramão das recomendações sanitárias de proteção contra o virus mortal, o presidente Jair Bolsonaro em sua live semanal costumeira, citou, embasado em suposto estudo de uma universidade - que ele não informou o nome - sediada na Alemanha, que teria concluído que as máscaras são "prejudiciais" às crianças, causando irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração, entre outros.

Bolsonaro cita falso estudo  as máscaras são "prejudiciais" às crianças, causando irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração,

Bolsonaro não quis entrar em detalhes sobre os estudos, nem mesmo para citar corretamente a sua fonte de saber, e se justificou alegando que tudo desagua em críticas contra ele. O Presidente ainda alertou: "Eu tenho minha opinião sobre máscaras, cada um tem a sua", para logo em seguida enfatizar: "A gente aguarda um estudo mais aprofundado sobre isso por parte de pessoas competentes."

Apesar de não ter citado a fonte dos estudos, é fácil verificar que na Alemanha tem um estudo preliminar que versa sobre os efeitos das máscaras em crianças que foi publicado em dezembro e cita, exatamente, os efeitos mencionados por Bolsonaro em sua live.

Ocorre que esses estudos feito por médicos da Universidade de Witten/Herdecke - no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália - além de ser meramente preliminar e que não ter sido revisado por outros especialistas, há, na sua consideração final, o alerta que ela "não deve ser considerada conclusiva, e nem usada como base de práticas clínicas ou considerada uma informação válida pela imprensa".

Para piorar, o tal estudo nada mais era que uma enquete feita online através de um questionário simples, cujas respostas concluíram que: "Perturbações causadas pelo uso da máscara foram relatados por 68% dos pais. Incluíam irritabilidade (60%), dor de cabeça (53%), dificuldade de concentração (50%), diminuição de felicidade (49%), relutância em ir à escola/jardim de infância (44%), mal-estar (42%) prejuízos à aprendizagem (38%) e sonolência ou fadiga (37%)."

Em resumo, o tal estudo citado por Bolsonaro que apontaria efeitos colaterais ruins em crianças que usam máscara, na verdade, não passa de uma enquete, sem qualquer credibilidade ou baseamento científico, respondida de forma remota por pais e responsáveis pelas crianças.

Deve portanto, o pai/mãe/responsável amoroso buscar preservar ao máximo a saúde de suas crianças fazendo uso de protocolos de segurança, inclusive e principalmente , o uso de máscaras. 

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