Seria a criação de um banheiro exclusivo para os gays, uma forma velada de homofobia disfarçada de benefício, zêlo e preocupação? Para alguns integrantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis): Sim.
Veja o que diz Cláudio Nascimento, coordenador do Programa Rio Sem Homofobia, do governo do estado do Rio de Janeiro.
“Essa proposta é uma sinalização de preconceito que pode chegar à violação dos direitos humanos. Além de estigmatizar, a criação deste banheiro gay extrapola o bom senso e estimula a homofobia"
Por outro lado, Edu Saad, coreógrafo da Unidos da Tijuca defende o banheiro.
“Nós somos homo, temos ala dentro da Unidos da Tijuca que é a ala de ursinhos. Temos amigos que são travestis e transformistas que freqüentam a quadra. Queremos transformar este banheiro em um grande camarim para homo e mais ainda para travestis e transformistas”,
No meio de tanta polêmica, a escola jura que a iniciativa partiu dos próprios frequentadores homossexuais da escola que queriam um banheiro onde pudessem ficar mais a vontade, longe daqueles olhares
Para a travesti Karina Karão, banheiro exclusivo é um alívio.
“Às vezes tem coisas que queremos fazer no banheiro feminino ou masculino e que a gente não se sente à vontade. Um banheiro gay vai ser maravilhoso para a gente poder tirar, posso dizer, a calcinha, poder tirar a calcinha e trocar de roupa”,
Realmente é uma polêmica muito grande, e que ainda vai dar muito pano para manga, mas vale lembrar que a existência de banheiros para Gays em escola de Samba, não é nenhuma novidade, e nunca foi alvo de tanta polêmica como agora. A Unidos de Viradouro tem seu banehiro "camarim" desde 2006, além dela, outras escolas como a Unidos de Vila Isabel, a Porto da Pedra e a Grande Rio, possuem seus banheiros alternativos.
É importante destacar que o uso do banheiro é opcional, usa quem quer. Ninguém vai obrigar ( e não obrigam) ao público LGBT a freqüentar esse banheiros. Bem diferente do banheiro que separa o homem da mulher, onde não tem opção de escolha. Meninos devem ir no do bonequinho de calça, e meninas devem ir no bonequinho de saia.
O universo de uma quadra de escola de samba é completamente diferente de uma boate, bar, restaurante ou seja lá o que mais tenha banheiro dividido por sexo. Portanto, não vejo nenhuma abertura para que sejam espalhados pelos demais locais, a criação de banheiros separatistas, esses sim, que sem razão de existirem seriam uma grande manifestação homofóbica e devem ser terminantemente proibidos.
Espera-se sim, que os banheiros das escolas de Samba, nao importa se dos homens, das mulheres, ou dos homossexuais, sejam banheiros limpos, higiênicos, ventilados e que tenham em seu interior pessoas tomando conta de forma responsável para evitarem as empolgações com os tamborins e cuícas.
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